Ágora nº11 - Flipbook - Page 26
MOMENTO
ENTREVISTA
ANTÓNIO GAMEIRO
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Como se consegue conjugar certificação energética com a
estética em edifícios cuja fachada é envidraçada, como o EXEO
Lumnia Office Campus?
O EXEO é um empreendimento muito importante para a HCI e foi o meu primeiro
projeto. Curiosamente, tudo começou pela eficiência energética dos elevadores!
Foi a primeira obra em que a HCI esteve sozinha e que ultrapassou os 100 milhões
de euros de adjudicação, no ano de 2019. Foi um enorme edifício e a fachada foi
mais uma das partes desafiantes, que teve várias propostas de solução.
As características do vidro foram atendidas e, todos os elementos preponderantes,
que saem para o exterior do edifício, são elementos sombreadores que diminuem
a insolação, consequentemente da injeção térmica. Aquilo que tivemos de fazer,
em conjunto com o projetista e posteriormente implementar, foi colocar na
periferia do edifício uma distribuição mais densa de máquinas de ar condicionado
do que no interior, de modo a dissipar a carga térmica e não deixá-la chegar ao
interior. Foi, assim, conseguido que as máquinas de fora tivessem uma potência
mais elevada mas que as de dentro tivessem uma muito diminuída.
Em termos da gestão da iluminação, também foi colocado um conjunto de
sombras nas fachadas de modo a fazer a modelação da iluminação interior de
modo a adaptá-la conforme o ganho que temos a nível solar. As luminárias
instaladas vão modelando a sua iluminação consoante a inserção solar no edifício,
o que foi desenvolvido por entidades exteriores à HCI. Estas alterações não foram
planeadas, contudo, a partir do momento em que se altera um projeto, é
necessário ter em atenção todas as premissas. A preocupação com a iluminação
varia sempre com a orientação da fachada em relação ao sol, tudo vai sempre ser
trabalhado para dar gastar o menos possível em termos de energia e dar o melhor
conforto térmico e lumínico aos utilizadores.
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