Federação Nacional dos Médicos - Flipbook - 35
µ 35 | FNAMZINE | setembro 2024
Ucrânia
Ao longo da guerra um em cada 10 hospitais ucranianos
foram danificados, e cerca de 200 médicos foram mortos,
feridos, sequestrados ou presos. Cinco organizações nãogovernamentais: EyeWitness to Atrocities (eyeWitness);
Insecurity Insight; Media Initiative for Human Rights
(MIHR); Physicians for Human Rights (PHR) e o Centro de
Saúde Ucraniano (UHC) contabilizam mais de 250 ataques
da Rússia, que visaram perto de 200 médicos, apesar de
protegidos pelas leis internacionais de direitos humanos,
sobretudo em tempo de guerra.
Palestina
Com a guerra generalizada no território, a Faixa de Gaza é uma das situações mais
preocupantes do planeta. Dois relatórios divulgados em julho pelo Alto Comissário
da ONU para os Direitos Humanos, revela que 500 funcionários ligados a serviços
médicos em Gaza foram mortos desde o inicio da escalada da violência, em outubro
de 2023. Segundo o mesmo documento, há relatos de tortura dos detidos. No
relatório da ONU pode ler-se que “essas mortes aconteceram no contexto de ataques
sistemáticos a hospitais e outras instalações médicas em violação das leis de guerra.”
O relatório apela a Israel para cumprir as suas obrigações sob o direito internacional
humanitário de manter estabelecimentos e serviços médicos e hospitalares, saúde e
higiene públicas, e proteger e respeitar os feridos e doentes”.
Moçambique
A luta dos médicos não esmorece e a Associação Médica de Moçambique (AMM),
tem convocado e liderado os protestos, para que se encontrem soluções para a
grave situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde moçambicano. Segundo
o presidente da AMM, Napoleão Viola, as greves têm sido a ferramenta necessária
para garantir negociações, que estão em curso, e irão continuar caso não haja um
entendimento com o Governo. Em causa está a atualização das grelhas salariais,
a falta de pagamento de horas extraordinárias, que dura há mais de um ano, e
a melhoria das condições de trabalho. A AMM acusa o Governo de nada fazer
perante “unidades sanitárias que continuam a carecer do básico”, e que estão “a
funcionar sem medicamentos, sem gesso, material cirúrgico, sem alimentação
suficiente para pacientes e sem meios de diagnóstico para que possamos
chegar às patologias que afetam os pacientes”. A AMM lembra que o Governo
moçambicano apenas cumpriu com 6 dos 23 pontos do caderno reivindicativo
negociado na sequência das greves do ano passado.
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