FESE HandBook v03c 15112023 MEV- COMPLETO - Flipbook - Página 433
JOSÉ LAGARTO + ANTÓNIO ANDRADE / AS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO FATOR DE INCLUSÃO
Obviamente que a abordagem aqui expressa não confunde que, se a
tecnologia é transformadora, a essência da transformação é humana!
Efetivamente, a Transformação Digital deve implicar fazer algo novo
e diferente, e não em fazer o mesmo, recorrendo a novas ferramentas.
Esta diferença é bem patente nas organizações nativas digitais que clariocam, estrategicamente, a centralidade da tecnologia na inovação (Amaral et al. 2021).
Há modelos de adoção da tecnologia no plano pessoal e organizacional que podem ser úteis para gerir processos de mudança que advém da
incorporação de tecnologia. O Modelo DOI (Diffusion of Innovations) é
pioneiro e concentra-se sobretudo, num plano organizacional da aceitação da tecnologia (M.Rogers, 1962). Sofre várias revisões e é usado por
vários investigadores para analisarem o processo de adoção de sistemas
de informação. Seguem-se outras teorias de que se poderá destacar, entre outras, a Theory of Reasoned Action (TRA) e a Theory of Planned
Behavior (TPB) que procuram estabelecer uma relação entre atitude,
comportamento e controlo sobre o mesmo. Foram também caminho
para o surgimento do muito divulgado Modelo TAM (Technology Assessment Model). Este modelo recebe ao longo do tempo, vários contributos, e é utilizado em muitos estudos, que lhe conferem robustez e
notabilidade. Procurando uniocar dimensões propostos por diferentes
modelos surge a Unioed Theory of Acceptance and Use of Technology
(UTAUT) que é um modelo assente nas seguintes dimensões de estudo:
expetativa do desempenho, expetativa do esforço para tirar partido do
novo recurso, innuência social e condições facilitadoras (V. Venkatesh
et al., 2003). Este modelo continua em evolução com progressivas versões (UTAUT2, UTAUT3) (Viswanath Venkatesh et al., 2012). O Modelo
TOE (Technology, Organization and Environment) apresenta uma base
sólida para identiocar atributos facilitadores e inibidores na adoção de
tecnologias da informação nas organizações, como forma de pesquisar o
processo de inovação organizacional (DePietro et al., 1990).
Estes modelos focam-se na decisão de adoção e não nos efeitos da
pós-adoção, mas para o contexto escolar, há modelos especíocos para
tal gestão.
A gestão dos sistemas de informação não pode ocar refém das dioculdades onanceiras, da multiplicidade de objetivos e da insatisfação
generalizada com os meios ao dispor. De forma empenhada pode, por
exemplo, recorrer a métricas inspiradas em modelos de estágios de maturidade, na exploração de recursos, que clariocam caminhos de evolução e identiocam necessidades de formação.
Os territórios têm de ser capazes de deonir estratégias de digitalização que tenham em conta todos os seus utilizadores.
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