Federação Nacional dos Médicos - Flipbook - 6
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Sindicato dos Médicos da Zona Centro
Os Limites
da (in)Competência
Os médicos precisam de uma atualização urgente da sua remuneração base. As contas estão feitas e os médicos lideram
destacados em perda de poder de compra entre as carreiras da Administração Pública. São 16,2% entre 2011 e 2024.
Perante esta evidência, a proposta de valorização da remuneração base dos médicos por parte deste governo é nula.
Uma verdadeira promoção da degradação das condições de trabalho dos médicos.
NOEL CARRILHO
VICE-PRESIDENTE DO SMZC
Pela enésima vez a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) explicou a uma delegação Ministerial
quais seriam as condições adequadas para que
os médicos integrem o Serviço Nacional de Saúde
(SNS).
Competiria ao Governo ouvir atentamente o que
pretendem estes médicos, mais não fosse pela
declarada intenção de “motivar os médicos” no
discurso pré e pós-eleitoral.
Em boa verdade estas condições não constituem
qualquer tipo de novidade, uma vez que têm sido
repetidamente expressas ao longo dos últimos
anos. Infelizmente com poucos resultados práticos, sendo disso prova os documentos negociais
que atravessam as legislaturas praticamente incólumes...
O facto de várias destas condições serem de implementação até bastante simples, havendo para
isso verdadeira vontade política, não impede que
sejam cronicamente ignoradas e que as medidas
avançadas sejam diametralmente opostas às necessidades dos médicos do SNS.
Se não, observemos…
Os médicos precisam de uma atualização urgente
da sua remuneração base. As contas estão feitas e
os médicos lideram destacados em perda de poder de compra entre as carreiras da Administração Pública. São 16,2% entre 2011 e 2024.
Perante esta evidência, a proposta de valorização
da remuneração base dos médicos por parte deste governo é nula. Uma verdadeira promoção da
degradação das condições de trabalho dos médicos.
Será assim que se motivam os médicos?
Os médicos pretendem progredir justamente na
sua Carreira. No entanto a evolução vertical na
Carreira é boicotada por Concursos que se atrasam, ou que não acontecem e que resultam numa
pirâmide em que não chegam a 5 % os que ocupam a última Categoria e nem 0,5% o último escalão.
Já sem falar na evolução horizontal, dependente
de um Sistema de Avaliação completamente disfuncional e inoperante. Os médicos desesperam,
estagnados anos a fio no mesmo escalão.
Competiria ao Governo ouvir atentamente o que pretendem
estes médicos, mais não fosse pela declarada intenção
de “motivar os médicos” no discurso pré e pós-eleitoral.
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