Federação Nacional dos Médicos - Flipbook - 26
µ 26 | FNAMZINE | www.fnam.pt |
Grandes Entrevistas
OS SÓCIOS EXIGEM
RESPOSTAS MAIS RÁPIDAS
LUÍS DUPONT, Presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores
de Diagnóstico e Terapêutica (STSS)
Quando é que iniciou atividade e quando é que se envolveu no
sindicalismo?
Comecei a exercer no Hospital de Santo António no Porto, como
Técnico de Farmácia, nos anos 80. Foi aí que me liguei ao sindicato, numa altura em que passamos a sindicato nacional. Inicialmente era como a FNAM, com vários sindicatos por região.
No final dos anos 90 intensifiquei a minha atividade, e já levo 25
anos dedicado a atividade sindical.
O que é que mais mudou nesse período?
O sindicalismo mudou, sobretudo nos últimos 20 anos. Há mais
facilidade de comunicação, mas tornou-se muito desafiante.
Fazer sindicalismo hoje é ter noção que há um escrutínio muito
maior, mas a tal sociedade de informação é muito complexa,
quer a informação curta e rápida. O sindicalismo tradicional,
com grandes fundamentações, grandes comunicados e documentação anexa, teve que se adaptar. Não é preciso mudar a
nossa raiz, a nossa essência, mas os sindicatos que têm história
têm que se adaptar à nova realidade.
Mas fala na forma ou no conteúdo?
De alguma maneira em ambos. Lutamos até à exaustão, mas
não entramos no insulto. Se queremos que nos respeitem,
nós também temos que nos dar ao respeito. Os sócios exigem
respostas mais rápidas. Antigamente havia muito pouca elasticidade na reação. A comunicação imediata levanta grandes
desafios. A paciência das pessoas com o tempo não existe. As
negociações levam o seu tempo. A comunicação é um dos grandes desafios que temos que dar resposta. Temos também que
saber ler as aspirações de quem representamos, para que não
alinhem em populismos. Devemos estar atentos e incorporar
as preocupações justas que as bases expressam para que continuem a sentir representados.
Qual a história do STSS?
Somos um conjunto de profissionais que gravitam no setor
da saúde, e junta diferentes profissões que se designam por
técnicos dos meios complementares de diagnóstico. Terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, terapeutas da fala, técnicos de saúde pública, entre outros. Estamos integrados nas
equipas multiprofissionais em toda a área da prestação de
cuidados de saúde. A nossa história agregou todos esses
profissionais, e à data das suas fundações, na sequência
do 25 de abril, eram sobretudo radiologistas e terapeutas.
Muito por causa das circunstâncias que se viveram antes,
com a guerra colonial, e o impacto que os seus danos tinham, com muitos estropiados de guerra a virem fazer reabilitação. Essa necessidade fez com que tivéssemos um centro de excelência da medicina física e reabilitação do Alcoitão.
µ FNAMZINE | GRANDES ENTREVISTAS
Temos
uma boa taxa
de sindicalização,
sobretudo
no setor público.