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Médicos Internos
Apelo aos meus colegas internos
para acreditarem e lutarem pelo SNS
RENATO ROCHA
INTERNO DE ANATOMIA PATOLÓGICA, IPO PORTO
Nos meus 7 meses passados como Interno Formação Especialidade de 1ºano de Anatomia Patológica felizmente tenho mais motivos de contentamento do que descontentamento com o internato, a relação com os meus pares ou as
condições de trabalho.
No entanto, já me começo a perceber de problemas estruturais nesta especialidade que acabam por afetar não só
a atividade dos especialistas como a qualidade do internato, seja por experiência própria ou por conversa com os
meus colegas de trabalho. Face a horário laboral, como in-
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Face a essa incompatibilidade de horários, tive a necessidade de assistir a exames
microscópicos muitas vezes depois do horário, não por imposição do especialista.
terno, posso dizer que tenho sorte tendo em conta a especialidade e local em que trabalho (IPO do Porto).
Sendo uma especialidade que não necessita de prestar
serviço de urgência, o horário é essencialmente fixo. Apesar disso, não foram raras as vezes que fiquei no serviço
até depois da hora de saída.
Logo no meu primeiro estágio (no IPO passamos por vários
especialistas que trabalham em diferentes áreas), fiquei
alocado a um especialista que tinha um horário laboral diferente do meu, entrando às 10h enquanto eu entro às 8h30.
Face a essa incompatibilidade de horários, tive a necessidade de assistir a exames microscópicos muitas vezes
depois do horário, não por imposição do especialista,
mas por necessidade, tanto por vontade de aprender, como pela pressão de ver sempre mais um exame, tendo em
conta que o número de exames vistos são parâmetros que
entram para o currículo. Além disso houve também muitos dias em que passei no registo macroscópico (essencialmente o processo de descrição macroscópico de peças cirúrgicas e de seleção de amostras para as lâminas